Qualquer coisa que se escreva sobre a vida soa piegas, mas nunca me
privei do direito de ser ridiculamente sentimental.
Divago devagar sobre essa
coisa que é viver. Verbo com valor semântico subjetivo, que a gente acha que
entende bem, mas nem sempre sabe conjugar. Fazemos mesmo assim, no limiar do
inevitável, perto do improvável e longe do impossível.
Viver é como um livro, e
alertei desde o princípio que cavaria aqui o mais profundo poço de clichês. Mas
perceba: tem capítulos em que travamos, mas outros lemos sem sentir o tempo
passar.
Tem páginas que gostaríamos
de virar, enquanto outras, preferiríamos nem ter lido. Em muitas delas, a gente
finge que entende e especula o que virá pela frente; outras instigam ou enchem
linguiça, dão preguiça.
Só que nem tudo é sobre
ler: algumas coisas precisam ser escritas e obrigam protagonismo, na primeira
pessoa do singular, ainda que não façamos ideia do que colocar no papel. Não há
opção de ser narrador observador, espaço para rascunho, tampouco tempo de
revisar: a jornada do herói é eterna e urgente, até que o epílogo se apresente.
Quantas páginas você ainda
tem pela frente?
Muitas ainda 😊
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