Tutorial para distrair a morte
Morrer é como bater o dedinho em alguma quina: quando menos se espera, acontece. Quer dizer, mais ou menos. Porque algumas quinas você já espera, sim. Sabe que estão ali, por mais que desvie, hora ou outra sairá pulando com um pé só pela casa, gritando e xingando. E tá tudo bem. E obviamente não precisa morrer para chegar a esta conclusão (esse texto não é uma psicografia). Se você lê essas linhas com certo tabu, virando os olhos para o autor (ih, que papo é esse de morte?) faça um esforço para não deixar o raciocínio morrer (com o perdão do trocadilho). Mas voltando à quina. O que quero dizer é que não precisa ficar pensando o tempo todo nela. Mas é importante não a esquecer. É melhor esperar a morte com os pulmões cheios de vida. A consciência da nossa finitude nos incentiva a viver a eternidade que cabe no presente. Não se incomode tanto assim com a quina. Mas a deixe no lugar em que precisa ficar. A ideia do cessar da existência, o